segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Parceria entre Gerdau e Adeob resgata a Cerâmica Saramenha


Por meio de parceria do Instituto Gerdau e Agência de Desenvolvimento de Ouro Branco (Adeob) foi inaugurada, no último dia 10, a nova sede da oficina de Cerâmica Saramenha Mestre Bitinho. A cerimônia contou com a presença de representantes da Gerdau Açominas, poder público, associações e moradores.

O idealizador da Oficina é Leonardo Ricart dos Santos, que foi aluno do Mestre Bitinho, que detinha a técnica, de grande valor histórico. Muito emocionado o Leonardo agradeceu a todos que colaboraram para a concretização deste sonho. “Agradeço primeiro a Deus pela concretização de mais um sonho na minha vida, quero agradecer também a Gerdau Açominas pelo patrocínio, a Adeob, que teve um papel fundamental neste projeto e a coordenadora Rosangela muito competente”, disse.

Segundo ele, numa primeira etapa deste projeto vai acontecer um curso onde será repassado a técnica para formar novos discípulos. A nova sede da oficina de Cerâmica Saramenha Mestre Bitinho esta localizada na rua Itabirito, número 711, bairro Metalúrgico, em Ouro Branco. Vinte alunos já foram selecionados por triagem entre várias instituições para fazer o curso e multiplicar a arte de Saramenha. Os interessados em se inscrever para o curso podem entrar em contato com a Adeob pelo telefone (31) 3741-1948. Qualquer pessoa com idade acima de 18 anos pode participar.

Presente no evento, a gerente de comunicação e relações Institucionais da Gerdau Açominas, Ana Gabriela Dias Cardoso, salientou que é uma satisfação da Gerdau Açominas apoiar este projeto, uma vez que ele contribui para o resgate da história e da cultura de um artesanato que é relevante e tão caro não só para Ouro Branco, mas para toda Minas Gerais. “Nesta cerimônia cheia de emoção, só posso dizer que é uma grande satisfação contribuir para que esta história tenha continuidade a partir das oficinas que já estão começando”, afirmou.

Histórico – Particularmente a cerâmica denominada saramenha, cujo processo de fabricação remonta a 1.000 anos A.C, chegou ao  Brasil pelas mãos de imigrantes portugueses. São peças rústicas, em sua maioria, vasos, pratos e jarras vitrificadas a baixa temperatura em fornos de tijolos alimentados a lenha.

No início do século XIX, padre Viegas, abriu uma fábrica do produto Vila Rica (hoje Ouro Preto), na chácara do Barão de Saramenha, daí o nome da técnica. A fábrica abasteceu inúmeras casas das cidades ao longo da Estrada Real de louças, até que foi fechada, devido à proibição imposta pela Coroa Portuguesa de se fazer produtos manufaturados no Brasil.  

Os trabalhadores, no entanto, continuaram a produzir a arte, que foi sendo passada de pai para filho, até chegar a Mestre Bitinho. Considerado o último herdeiro do segredo da fabricação da cerâmica, tida como preciosidade dos museus, numa pequena oficina à Rua José André, 92, Manoel Silvestre Guardiano Salgueiro, o Bitinho, fabricava suas peças, dando continuidade à tradição que lhe foi passada pelo pai num trabalho que está em sua família há mais de 300 anos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário