sábado, 7 de março de 2015

O Brasil vai parar?

  Quando eu era criança já escutava essa frase: “Sem caminhão o Brasil para”. Nesta semana, esta mesma frase que está sendo o mote de grave dos caminhoneiros que chegava ao oitavo dia, quando escrevi esse editorial.
  Os manifestantes protestam contra o baixo valor dos fretes nas viagens e o aumento do preço do combustível. Há denúncias de que alguns postos de combustíveis estão vendendo o litro da gasolina a R$ 5. Eles pedem ainda a criação de uma tabela única para o preço do frete, obras de melhorias nas rodovias, alterações na Lei dos caminhoneiros e isenção de pedágios para eixos suspensos e melhoria das condições de segurança nas estradas.
  A frase é uma verdade, uma vez que a greve já afetava a produção e o abastecimento de algumas regiões do País, quando escrevi esse texto. Ao todo, nove Estados registravam em algum momento rodovias fechadas pelos protestos da categoria. Para se ter uma ideia da importância dos caminhoneiros, a Fiat Automóveis dispensou trabalhadores em diversos turnos, porque as peças para montagem dos seus automóveis não estão chegando.  O Porto de Paranaguá é maior reflexo da paralisação, de um total de 900 caminhões que deveriam chegar até o local para descarregar, apenas 45 chegaram.
Quando fechei a edição, ainda não havia um cálculo sobre o total dos prejuízos, mas dá para perceber que serão grandes. 
  Essa greve expôs ainda uma insatisfação generalizada, até então desconhecida dos habitantes das grandes cidades.  Pouca gente sabe que 60% de tudo que ele consome são transportados pelos caminhoneiros. Por isso, essa greve vai mostrar que esse segmento de trabalhadores é estratégico para o desenvolvimento do País e aquela frase que conheço desde a infância é verdadeira. “Sem caminhão, o Brasil para”.

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