segunda-feira, 23 de março de 2015

A democracia está ameaçada

  Ninguém conseguiu entender porque o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), entrou em rota de colisão com a presidenta Dilma Rousseff, dia 3 de março, quando ele anunciou em plenário a devolução ao governo federal da medida provisória 669/2015 que trata da desoneração da folha de pagamento das empresas.
  Além de devolver a medida, todo mundo assustou com a forma que ele fez e como falou sobre a presidenta em plenário. É a primeira vez na história da democracia que o presidente do Senado Federal se refere ao chefe do executivo como Renan se referiu. Lembrem-se que ele pertence a base aliada do planalto.
  Por trás dessa rebeldia, está a notícia de que os nomes de Renan Calheiros e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, constam na temível lista do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, que investiga os políticos envolvidos na Operação Lava Jato. Ou seja, os presidentes do Senado e da Câmara estão envolvidos e serão dois dos investigados por receber propina nas negociações com a Petrobras.
  Eles queriam que a Presidenta pedisse ao Procurador da República para tirar os nomes deles da lista de investigados, mas ela já tinha dito que não iria interferir nas investigações, quando avisou para quem quisesse ouvir: “quem tiver de ser investigado, será”. Renan Calheiros já tinha mostrado que entraria em guerra quando não compareceu ao jantar entre Dilma e os senadores do PMDB, na segunda-feira. Apesar de também estar encrencado, Eduardo Cunha, preferiu não enfrentar e se mostra mais civilizado.
 A guerra que foi instaurada mostra que a democracia brasileira vive uma crise séria. Avaliem bem o fato, o Presidente do Congresso Nacional está em rota de colisão com a Presidência da República.

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