sexta-feira, 11 de março de 2016

República sob ameaça

  Por 10 votos a 0, o Supremo Tribunal Federal (STF) acolheu  na última  quinta-feira (3) denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha(PMDB-RJ) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele é acusado de exigir e receber ao menos US$ 5 milhões em propina de um contrato do estaleiro Samsung Heavy Industries com a Petrobras. Com a decisão, Cunha passa a ser réu na primeira ação penal no Supremo originada das investigações da Operação Lava Jato. Os ministros não decidiram se Cunha deve se afastar do comando da Câmara. Um pedido de Janot para que ele seja afastado da presidência e do mandato de deputado será julgado pelo Supremo em data ainda indefinida.
  Um dia antes, após uma série de adiamentos, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta quarta-feira (2), com placar apertado, o relatório preliminar que pede a continuidade do processo disciplinar com pedido de cassação do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Com isso, o pemedebista vai ser investigado por quebra de decoro por ter ocultado contas bancárias no exterior. Aprovação por 11 a 10 se deu após desempate do presidente do conselho, após relator retirar do texto trecho que mencionava recebimento de propina.
  Na quinta-feira, dia 3, o ex-senador Delcídio do Amaral (PT-MS), preso em novembro sob acusação de tentar atrapalhar as investigações sobre a corrupção na Petrobras, fez um acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato. E o conteúdo da delação atinge tanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto a presidenta Dilma Rousseff, ambos do PT. Uma espécie de vingança, uma vez que Delcídio atribui ao ex-presidente Lula sua própria prisão. O senador afirma que teria partido de Lula a ordem para tentar subornar Cerveró e que o objetivo era evitar o comprometimento do pecuarista José Carlos Bumlai, homem próximo a Lula.
  Todas essas informações me deixa atordoado, uma vez que, mesmo querendo que todos os corruptos saiam do governo, sejam eles de qualquer partido, vejo que os líderes dos maiores poderes –executivo, câmara e senado- estão em guerra e isso deixa o Brasil descoberto e a república ameaçada. Tenho muito medo do desfecho desta história. Deixando para traz, a guerra dos partidos, temos que nos preocupar com o Brasil e com o futuro do nosso povo.

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