sábado, 27 de outubro de 2012

Congadeiros homenageiam Nossa Senhora do Rosário

A guarda de Congado Nossa Senhora do Rosário realizou entre os dias 11 a 14 de outubro a 5ª Festa de Nossa Senhora do Rosário em Ouro Branco com apoio da paróquia de Santo Antônio. A festa teve como tema “Os Tambores da África cantam e dançam o Rosário de Maria” e o lema do tríduo “Maria passa na frente”.
O evento aconteceu na ruaGeraldino Domingues, próximo ao Colégio Cônego Luiz Vieira.  E contou com várias atividades entre eles uma missa Conga e apresentação das guardas, Movimento Negro Frutos da áfrica, de Conselheiro Lafaiete e a de Nossa Senhora do Rosário de Ouro Branco.
Segundo a rainha da guarda de congado, Clarice Maria das Graças Pereira, a festa do Rosário de Nossa Senhora no Brasil está ligada a grupos negros que realizam os autos populares conhecidos pelos nomes de Congada, Congado ou Congos. Por essa vinculação aos negros, o Congado se tornou também uma festa de santos de cor negra, como também São Benedito e Santa Efigênia.
Para Clarice, a festa do Rosário é uma das fases mais importantes para a vida da comunidade negra, representando o movimento máximo da concretização do amor à Grande Mãe. Há dois grupos nitidamente distintos: as guardas de Congo e Moçambique. “A caracterização das guardas pode ser feita através dos seguintes elementos: fundamentação mítica, função, vestuário, símbolos condutores, instrumentos distintos, tipo de movimento e de dança, linguagem dos cantos”, conta.  
Funções – De acordo com a rainha da guarda de congado, a função das guardas se define através da narrativa mítica: o Congo puxa todos os dançantes, em movimento rápido, abrindo caminho; o Moçambique é o responsável pela Senhora, representada pelos reis cujas coroas a guarda conduz.
O próprio vestuário se prende à estrutura do mito. Quando os moçambiqueiros usam as cores de Nossa Senhora - o azul e o branco - e os congos se vestem de rosa e verde, significando o caminho, com galhos e flores, para a Senhora passar. Indo à frente, o congo anuncia a chegada dos filhos do Rosário, preparando a passagem.
Dada a origem africana do ritual, alguns elementos materiais funcionam como fetiches, centralizando o poder e a força sobrenatural. Investidos de magia, transformando-se em símbolos condutores.
A linguagem do Congo expressa a religiosidade e a vida mais recente do grupo, através dos cantos que lembram os problemas sociais com o poder público e a Igreja, a história de guardas visitantes e as brincadeiras ou bizarrias. A estrutura do canto é fixa, limitando-se às improvisações.

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