terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Cunha rasga a Constituição

  Diante da movimentação de deputados petistas pela aceitação do processo que pedia a cassação de Eduardo Cunha no Conselho de Ética, o presidente da Câmara anunciou, com toda a pompa e com direito a show midiático, que deu prosseguimento ao pedido de impeachment contra Dilma.
  Para alguns juristas, Eduardo Cunha rasgou a Constituição Brasileira e não é a primeira vez que ele fez isso. Já faz algum tempo que estamos assistindo, de forma passiva, as manobras deste político que não é fiel á democracia.  Ele é réu da Justiça, formalmente acusado pelos crimes de corrupção, evasão fiscal e lavagem de dinheiro. Cunha é um representante dos "podres poderes" que ao longo do último ano impôs ao Congresso uma agenda de atraso civilizatório, perda de direitos, conservadorismo, ódio, preconceito, machismo e agora coloca o país à beira do abismo institucional apenas por necessidade própria.
  Mas ficou claro para todos que a indicação do impeachment da Presidenta Dilma foi uma chantagem, uma vez que não existe um único fato jurídico ou criminal que justifique a abertura de um processo de tamanha importância como um impeachment, o que estamos presenciando é a instalação de um golpe histórico movido por puro ódio, rancor e vingança. Diferentemente da Presidenta, Eduardo Cunha está sim acusado de gravíssimos crimes e por meio de sua chantagem, ele assinou seu atestado de culpa e mau-caratismo diante de todo um país.
  Se alguém ainda precisava de provas de apreço de Cunha pela democracia, esse é o indício mais profundo de que, para conseguir o que deseja, Cunha joga suas cartas de acordo com seus interesses. Ao fazer isso, ele entrará para a história política brasileira como uma das personalidades mais maquiavélicas que já pisaram o nosso parlamento. Não há muito a se esperar de uma personalidade que não hesita em mentir, chantagear, ameaçar, ocultar, usar o cargo em benefício próprio e tomar o Executivo, o Legislativo e a República toda de reféns para salvar sua própria pele.
  Estou extremamente indignado, como todo brasileiro e toda brasileira deveriam estar nesse momento, independentemente de minha opinião sobre o governo da presidenta Dilma Rousseff. Sim, independentemente disso. Neste momento não é o governo Dilma que está em discussão. O impeachment é um remédio drástico, só aplicável em última instância, quando existe crime de responsabilidade. E não é o caso.
  Cunha e seus aliados não podem usar a insatisfação do povo com o atual Governo (em parte, muita por causa dele e de seu partido) para que se aceite um claro golpe contra a democracia. Sinceramente ainda tenho a esperança que á área progressista do Congresso se una para lutar pela democracia e contra o golpe.  Que o tiro saia pela culatra.

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