sábado, 6 de setembro de 2014

Ditador ou estadista

Há exatos 60 anos, em agosto de 1954, o ex-presidente Getúlio Vargas suicidou-se no Palácio do Catete com um tiro no peito. Deixou uma carta testamento com uma frase que entrou para a história: "Deixo a vida para entrar na História".  Até hoje o suicídio de Vargas gera polêmicas. O que sabemos é que seus últimos dias de governo foram marcados por forte pressão política por parte da imprensa e dos militares. A situação econômica do país não era positiva, o que gerava muito descontentamento entre a população.
Sua vida política foi um tanto quanto contraditória. Embora tenha sido um presidente marcado pelo investimento no Brasil, uma vez que criou obras de infra-estrutura e desenvolver o parque industrial brasileiro, além de deixar sua marca registrada na área do trabalho, a história mostra que ele também foi um ditador e governado com medidas controladoras e populistas.
Entre as suas realizações positivas que os brasileiros jamais vão esquecer estão a criação da Justiça do Trabalho (1939), a instituição do salário mínimo, e da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Os direitos trabalhistas também são frutos de seu governo: carteira profissional, semana de trabalho de 48 horas e as férias remuneradas.
Ele também investiu muito na área de infraestrutura, criando a Companhia Siderúrgica Nacional (1940), a Vale do Rio Doce (1942), e a Hidrelétrica do Vale do São Francisco (1945). Em 1938, criou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Criou a campanha do "Petróleo é Nosso" que resultaria na criação da Petrobrás.
Mas existem muitos fatos negativos em sua história, que mostra que no controverso mundo da política, ninguém é tão bom, nem tão mau a ponto de ser unanimidade. Ele assumiu o poder em 1930, após comandar a Revolução de 1930, que derrubou o governo de Washington Luís. Seus quinze anos de governo seguintes caracterizaram-se pelo nacionalismo e populismo. Sob seu governo foi promulgada a Constituição de 1934. Fecha o Congresso Nacional em 1937, instala o Estado Novo e passa a governar com poderes ditatoriais. Sua forma de governo passa a ser centralizadora e controladora.
Criou o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) para controlar e censurar manifestações contrárias ao seu governo. Perseguiu opositores políticos, principalmente partidários do comunismo. Enviou Olga Benário, esposa do líder comunista Luis Carlos Prestes, para o governo nazista.
Foi o presidente que mais tempo governou o Brasil, durante dois mandatos, entre os anos de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954. Nascido em 19 de abril de 1882, na cidade de São Borja (RS) e faleceu em 24 de agosto de 1954, na cidade do Rio de Janeiro (RJ).  Era formado em Direito.

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