A Prefeitura de Ouro Branco entregou, as obras de
restauração da antiga Casa Paroquial de Ouro Branco, durante solenidade
realizada na última sexta-feira, dia 23 de dezembro. Está é a terceira restauração que foi
entregue este ano pela Prefeitura, que também entregou a Fazenda Carreiras e a
Praça Santa Cruz. A solenidade contou
com a apresentação da Banda Sociedade Artística Musical Santo Antônio., que
tocou o Hino Nacional e de Ouro Branco, além de várias músicas natalinas, o
cantor Rogério, dentre outras atrações.
Mauro Fonseca da Silva, presidente do Conselho
Municipal das Políticas Públicas, a restauração foi muito importante, uma vez
que a casa é um complemento da Praça Santa Cruz. “Estamos agradecidos por essa
obra e o Conselho participou ativamente por meio de reuniões e ações”, disse. O
diretor-presidente do Instituto Iara Tupinambá ressaltou dizendo que a cultura
faz parte da vida da cidade. “ Esse casarão não é somente um bem tombado, ele é
um bem sagrado”, completa. Na oportunidade, ele fez uma homenagem ás pessoas
que restauraram a casa, entre elas, operários, técnicos e outras pessoas. Além disso, entregou uma gravura de Iara
Tupinambá para a prefeita de Ouro Branco.
As obras iniciaram-se em julho. Foram restaurados o
telhado, as cimalhas, os portais em pedra sabão, o piso, as paredes, portas e
janelas e os forros, dentre eles, o principal que possui elementos artísticos.
Foi realizado ainda o projeto elétrico e de
segurança que nunca existiu. O valor da obra foi conseguido através de
edital do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) para as cidades,
junto com o recurso da Praça e o valor da obra do Casarão ficou no total de R$
1.272.090,45.
O imóvel é tombado pelo Decreto Municipal de nº
3.815-A/2002, pertence à Prefeitura Municipal de Ouro Branco e provavelmente
abrigará o “Memorial de Ouro Branco”, unidade museológica que contará a
história dos ciclos econômicos do município (Ouro, Uva, Batata e Aço), conforme
projeto arquitetônico aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico (IPHAN).
Para Elizabeti Márcia Felix Rodrigues de
Oliveira, a restauração foi um sonho que ela acalentou durante 10 anos e ajudou
a construir. “Após a minha nomeação para ser Secretária de Cultura e Patrimônio
em março de 2015, tive a oportunidade de concretizar esse sonho com a ajuda de
várias pessoas e claro que com o apoio e o desejo político da Prefeita Cida
Campos. Esse bem cultural fantástico deve ser preservado para que faça parte da
vida das novas e futuras gerações do nosso município”, completa.
Cida Campos explicou que esse momento começou a ser
construído no ano de 2013, com um projeto de captação de recurso pelo BDMG, que
se concretizou em 2015. “Com muito trabalho e esforço conseguimos entregar essa
obra esse ano. Essa é a casa mais antiga de Ouro Branco e com essa restauração,
estamos resgatando nossa história”, reflete.
A Antiga Casa Paroquial e a Igreja Matriz de Santo
Antônio são dois pilares do Patrimônio Histórico de Ouro Branco que formam um
pequeno conjunto de singular beleza no centro histórico, depositários da
memória do antigo povoado que resistem ao progresso. Segundo relatos o imóvel
em questão teve seu uso original vinculado às atividades religiosas tendo
servido de Casa Paroquial. Sua relativa proximidade com a Igreja Matriz pode
servir de embasamento para esta tese, uma vez que as residências eclesiásticas
se encontravam, na maioria das vezes, em espaços contíguos aos templos.
A Antiga Casa Paroquial possui características
comuns às construções do período colonial, a edificação datada de 1759,
conforme inscrição em pedra sobre sua portada principal, apresenta soluções
construtivas elegantes com cimalhas, enquadramento de vãos e cunhais detalhados
em pedra, marcada pela modulação regular de portas e janelas. Seu corpo
principal apresenta paredes sobre alicerces e porões em pedra, com
revestimentos em reboco de barro e caiação, sendo as vedações internas de
pau-a-pique. A sala principal apresenta pintura policromada com motivos
fitomórficos.
A restauração ficou por conta do Instituto Yara Tupynanbá que é uma associação
sem fins lucrativos, declarado de utilidade pública pelo município de Belo
Horizonte pela Lei nº 9.328 de 28 de agosto de 2004 e Utilidade Pública pelo
Estado de Minas Gerais pela Lei nº 15.068 de 31 de março de 2004. O Instituto
vem ao longo dos anos realizando atividades na área de conservação e restauro
com competência e respeitabilidade no mercado, com atestados de capacidade
técnica.
Bebedouro público
Na mesma data da entrega do casarão, foi inaugurado
ainda um bebedouro público ao lado da antiga Casa Paroquial. A instalação do
bebedouro foi feita devido a renovação do Convênio entre a Copasa e a
Prefeitura. A moradora do Centro, Vera Lúcia Almeida Salgueiro foi a primeira
pessoa a usar o equipamento e aprovou a ideia. “Será muito bom. Muitas vezes
estamos no centro com sede e não tinha onde beber agua”.
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