Nelson era natural de Ouro Branco, nasceu em 18 de agosto de 1958 e teve uma vida dedicada ao trabalho. Na infância e juventude trabalhou na roça com o pai, Sebastião Faustino Vieira, mas conhecido como Tião do Cachico. Estudou em Ouro Preto e se formou em Metalurgia. Em seguida foi trabalhar na empresa Belgo Mineira, em João Monlevade, onde conquistou várias amizades. Em 1985, sofreu um grave acidente, quando uma caldeira da Usina, onde ele trabalhava explodiu. Nelson ficou internado por nove meses no Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte. Assim que recebeu alta voltou a trabalhar normalmente.
Em agosto de 1998, abriu uma pequena mercearia, chamada de Comercial Vieira, em sociedade com o irmão Imar Vieira. Inicialmente, enquanto ele trabalhava em Monlevade, o irmão cuidava da mercearia. Depois de algum tempo, decidiu se afastar da Belgo Mineira e se dedicar totalmente ao comércio junto com o irmão. Há nove anos, ele e o irmão, começaram a construir o atual Supermercado Ouro Branco, que foi inaugurado em 2010. “Ao todo, ele tinha 18 anos como comerciante, não gostava de tirar férias, trabalhava porque gostava do que fazia. Era firme nas decisões, porém justo em suas palavras e ações”, disse Imar.
Entre os planos para 2017, ele planejava ampliar a área de vendas do Supermercado. Mesmo assustado, o irmão Imar não vai desistir de trabalhar na empresa. “Essa loja era um sonho nosso e tenho que continuar”, disse.
O crime aconteceu no dia 24 de dezembro, por volta das 12h, quando uma moto estacionou em frente ao Supermercado e os dois ocupantes desceram e entraram na loja, sem tirar o capacete. “Eles já chegaram atirando para o alto e obrigaram os funcionários a deitar no chão”, explica.
Os assaltantes levaram três gavetas dos caixas e uma impressora fiscal, com todo o dinheiro que nelas estavam. Imar Viera, que também estava presente durante o assalto, tentou manter a calma e pediu para Nelson não reagir. Nelson não reagiu, mas quando já estavam indo embora, um dos assaltantes voltou e deu um tiro em Nelson.
Imar socorreu o irmão e o levou para o Hospital Raymundo Campos, mas ele teve que ser transferido para a FOB e em seguida foi, de Helicóptero, para o Ponto Socorro João XXIII, em Belo Horizonte. Lá ele ficou internado até o dia 28, quando faleceu ás 13h40. O sepultamento ocorreu no dia 29 de dezembro, em Ouro Branco.
Muito abatido Imar faz um apelo. “Se alguém assaltar uma loja, eles deveriam levar o dinheiro e pronto, não deveriam matar uma pessoa, que nem se quer reagiu. Dinheiro a gente trabalha e Deus nos dá, novamente, mas uma vida não tem volta”, enfatizou.
A família e a polícia acreditam que além dos dois motoqueiros tinha mais gente envolvida no crime, uma vez que não é possível transportar numa moto três gavetas da caixa registradora e uma impressora fiscal, por isso acha que havia um carro dando cobertura aos motoqueiros.
Dias depois, a polícia civil de Ouro Branco encontrou as gavetas e a impressora na estrada de Cristais. Até o fechamento desta edição um dos suspeitos havia sido preso, mas o outro ainda estava foragido.
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