Na Câmara, vereadores falam sobre o serviço da Copasa, obras públicas, racismo e o avanço da pandemia

Reunião da última terça foi breve; rua em Campo Grande recebeu denominação

A breve reunião realizada na tarde da última terça-feira (2) sob a presidência do vereador Leandro Marcelo Souza (PSDB) foi marcada pelas falas dos parlamentares.

O vereador Carlos Roberto Rodrigues (PSDB), o Roberto, abriu o período de pronunciamento dos parlamentares mencionando a construção de oito casas para famílias que dependiam do auxílio conhecido como “aluguel social” oferecido pela secretaria municipal de Desenvolvimento Social. Comentou ainda haver “inúmeras famílias” que dependem deste programa em Ouro Branco, entre as quais muitas já não recebem mais o benefício, embora permaneçam em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Roberto afirmou que um projeto de lei protocolado pelo executivo junto à Câmara no dia 14 de maio tratando da questão é fruto de um pedido seu à prefeitura. Em seguida, o vereador defendeu a Copasa, empresa em que trabalha, diante de matéria publicada pelo Jornal O Alto Paraopeba, intitulada “Copasa distribui água com ferrugem e tarifa pode aumentar”. De acordo com Roberto, a reação química do ferro dissolvido na água distribuída pela Copasa “é um fato que ocorre em todo o Brasil, isso é um desafio para todas as empresas de saneamento”.

O vereador Charles Silva Gomes (PSD), o Charlinhos, respondeu a um vídeo que circula nas redes sociais a seu respeito. “No vídeo pode-se claramente observar um delito contra a minha honra por meio de uma denunciação caluniosa”, afirmou o vereador. Segundo Charlinhos, o vídeo questiona a decisão do Ministério Público que o inocentou e arquivou o processo referido pela publicação. O vereador ressaltou seu serviço à população como servidor público e fundador do Conselho Municipal do Idoso e afirmou que o ataque se deve ao ano eleitoral: “a prática de pessoas que a gente sabe que foram administradoras desta máquina [da Câmara Municipal] é ver o jogo baixo”. Em seguida, ele comentou sobre a matéria mencionada pelo vereador Roberto, afirmando que não é o legislativo municipal que votará o aumento de tarifa da Copasa e que seu gabinete e outros vereadores se reuniram com representação da empresa para tratar da “coloração da água”. Segundo o vereador, a Copasa descreveu fatores que levam a alterações no aspecto da água, como as mudanças drásticas de temperatura do ambiente ou seus níveis de oxigênio, e afirmou que serão realizados testes com a água. Charlinhos agradeceu ainda a equipe do Instituto Estadual de Florestas (IEF) pelo trabalho de preservação da Serra e elogiou a equipe de Meio Ambiente da prefeitura por seu trabalho. O vereador também elogiou a equipe de enfermagem do Hospital Raymundo Campos e agradeceu aos envolvidos nas tentativas de transferência de um paciente que acabou falecendo sem conseguir o tratamento necessário. Por fim, Charlinhos pediu à prefeitura que realize o calçamento de ruas na comunidade de Campo Grande e agradeceu ao trabalho da equipe do Bolsa Família.

Roberto tomou novamente a palavra em um comentário a respeito das tarifas da Copasa. O vereador informou que a empresa tem a mesma tarifa estabelecida para todo o estado e que é a Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (ARSAE) que decide sobre reajustes após consulta aos municípios atendidos pela empresa de saneamento.

O vereador Carlos Roberto Pereira (PSDB), o Carlinhos, noticiou a retomada das obras de asfaltamento do Bairro Vale do Engenho e de trechos de vias de comunidades rurais, como no caso do “morro do Sabino”. Disse ainda que logo “serão executados os asfaltamentos de trechos nas comunidades de Cristais, Castiliano, Carreiras e Campo Grande. O vereador agradeceu, por fim, ao deputado federal Rodrigo de Castro pela destinação de R$500 mil para a área da Saúde do Município.

O vereador José Irenildo Freires de Andrade (PCdoB), o Lan, comentou sobre ter sido convidado por moradores da Rua José Patrocínio Simões, do Bairro Amália Rodrigues, para conhecer a situação da infraestrutura do local. De acordo com o vereador, cerca de dez famílias residem na localidade, que não tem iluminação pública. Lan afirmou que à noite o local é frequentado por usuários de drogas devido à escuridão, o que tem causado medo à população, e solicitou a instalação de refletores para iluminar a rua.

A vereadora Nilma Aparecida Silva (PT) comentou que o serviço de regularização fundiária do poder executivo municipal está em funcionamento, após aprovação de projeto pela Câmara. Os munícipes precisam se dirigir à diretoria de Habitação da prefeitura, preencher um formulário e apresentar a documentação exigida para “que a escritura da sua casa ou de seu terreno seja viabilizada”. De acordo com a vereadora, a regularização de uma propriedade pelo poder judiciário demora entre 5 e 7 anos, enquanto na prefeitura a estimativa é entre um ano e meio e 2 anos. Nilma também abordou a questão do aumento de tarifa da Copasa. “Se o vereador tivesse competência para votar aumento de tarifa, eu tenho certeza que, nessa Casa, teriam nove votos contrários”, afirmou a vereadora. Nilma cobrou da Turin, empresa responsável pelo transporte público no município, que atenda às necessidades da população, restabelecendo as rotas suspensas aos domingos e oferecendo ônibus suficientes para que os passageiros consigam manter o distanciamento social devido à pandemia que se alastra na cidade, com uma curva ascendente de casos confirmados. A vereadora agradeceu à defesa civil por seu trabalho nas barreiras sanitárias nas entradas da cidade, à equipe de limpeza urbana e aos serviços do Centro de Apoio. Por fim, Nilma fez um apelo pelos cuidados em meio à pandemia de Covid-19, pedindo que as pessoas fiquem em casa e, se tiverem que sair, mantenham o distanciamento e usem máscaras. “Nossos idosos com certeza não serão assintomáticos. Precisarão de respirador, precisarão de CTI e nós não temos, nem no município e nem no estado, CTI e respirador suficientes”, afirmou.

O presidente Leandro comentou sobre uma ameaça recebida anonimamente com a intenção de fazê-lo abandonar a vida pública. Em resposta, convidou o desconhecido a se identificar para “bater um papo legal” e informou seu endereço. Em seguida, ressaltou a retomada das obras da “Rodovia da Batata”.

O vereador Rodrigo Duarte pronunciou-se sobre a morte de George Floyd, homem negro assassinado por policiais brancos em um episódio de racismo nos EUA. “Infelizmente até hoje temos que lidar com esse tipo de coisa”, lamentou. “É muito triste perceber que ainda hoje nos vemos separados por uma mentalidade distorcida que divide a humanidade em raças”. A violência doentia do racismo deve ser repudiada e, conforme diz o sociólogo Jessé Souza, “o racismo se inicia sempre que se divide os seres humanos em categorias”. A Declaração sobre os Preconceitos Raciais, da Unesco, diz que ‘todos os seres humanos pertencem à mesma espécie e têm a mesma origem. Nascem iguais em dignidade e direitos e todos formam parte integrante da humanidade’. Por isso, gostaria de finalizar compartilhando a fala do grande pastor batista Martin Luther King: ‘Eu tenho um sonho de que um dia, esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença’”, finalizou o vereador.

Rua em Campo Grande é denominada

Durante a sessão, os vereadores aprovaram o projeto de lei nº 38/2020, de autoria do vereador Carlinhos, que denominou a Rua José Viana Pereira, em Campo Grande. A rua recebe o nome do lavrador, nascido e criado na comunidade, esposo de Hilda Lúcia Mateus, falecido aos 86 anos.

Requerimentos Na ordem do dia, também foram aprovados os requerimentos: ●     Nº 47/2020, da vereadora Nilma, que solicita da prefeitura que acione a empresa Gerdau para a construção da calçada da Rua das Mercês, no Centro. ●     Nº 50/2020, do vereador Carlinhos, que solicitou a votação do projeto de lei nº 38/2020 durante a reunião daquele dia.

Moção de pesar Foi consignada moção de pesar, de iniciativa do vereador Reinaldo Nolasco da Silva (PSDB), em homenagem à Sra. Maria Ferreira Fernandes, por seu falecimento.