Quando eu era criança já escutava essa frase:
“Sem caminhão o Brasil para”. Nesta semana, esta mesma frase que está sendo o
mote de grave dos caminhoneiros que chegava ao oitavo dia, quando escrevi esse
editorial.
Os manifestantes protestam contra o baixo
valor dos fretes nas viagens e o aumento do preço do combustível. Há denúncias
de que alguns postos de combustíveis estão vendendo o litro da gasolina a R$ 5.
Eles pedem ainda a criação de uma tabela única para o preço do frete, obras de
melhorias nas rodovias, alterações na Lei dos caminhoneiros e isenção de
pedágios para eixos suspensos e melhoria das condições de segurança nas
estradas.
A frase é uma verdade, uma vez que a greve já
afetava a produção e o abastecimento de algumas regiões do País, quando escrevi
esse texto. Ao todo, nove Estados registravam em algum momento rodovias
fechadas pelos protestos da categoria. Para se ter uma ideia da importância dos
caminhoneiros, a Fiat Automóveis dispensou trabalhadores em diversos turnos,
porque as peças para montagem dos seus automóveis não estão chegando. O Porto de Paranaguá é maior reflexo da
paralisação, de um total de 900 caminhões que deveriam chegar até o local para
descarregar, apenas 45 chegaram.
Quando fechei a edição, ainda não havia um
cálculo sobre o total dos prejuízos, mas dá para perceber que serão
grandes.
Essa greve expôs ainda uma insatisfação
generalizada, até então desconhecida dos habitantes das grandes cidades. Pouca gente sabe que 60% de tudo que ele
consome são transportados pelos caminhoneiros. Por isso, essa greve vai mostrar
que esse segmento de trabalhadores é estratégico para o desenvolvimento do País
e aquela frase que conheço desde a infância é verdadeira. “Sem caminhão, o
Brasil para”.
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