
O Sistema Paraopeba, que abastece a RMBH e é composto pelos reservatórios Serra Azul, Rio Manso e Vargem das Flores, está operando atualmente com 30,25% de sua capacidade. Dos três reservatórios, o que apresenta a pior condição é o Sistema Serra Azul, que atualmente está com apenas 5,73% de seu volume, praticamente já operando em seu volume morto. Já o sistema Vargem das Flores apresenta capacidade atual de 28,31% e o sistema Rio Manso, 45,06%.
O relatório, elaborado em caráter de emergência por determinação do governador Fernando Pimentel, também deixa claro que o governo anterior tinha conhecimento da situação, mas não tomou medidas necessárias para evitar o comprometimento do abastecimento. Mesmo com a estiagem prolongada na RMBH, o governo anterior optou por manter a distribuição de água para a população em níveis estáveis nos últimos dois anos.
Os dados monitorados pela Copasa ao longo dos últimos dois anos mostram os riscos envolvidos na garantia do abastecimento de água para a população, situação oposta às informações divulgadas pelo governo anterior, que davam conta que não haveria risco de desabastecimento na Grande BH. Com isso houve o consumo intenso da água dos reservatórios e a redução sensível dos volumes acumulados, que não se recuperaram.
De acordo com o relatório, a média de produção de água tratada no sistema Paraopeba entre dezembro de 2013 e novembro de 2014 foi de 17.821.857 m³/mês. O volume acumulado nos três reservatórios em 1º de janeiro de 2015 totalizou 92.324.818 m³. Os números mostram que, considerando-se as descargas para vazão residual e a captação para produção que representam um volume extraído mensal da ordem de 25 milhões de m³, a previsão é de que este volume seja suficiente para pouco mais de três meses para abastecimento de água para a população atendida pelo sistema. Por esta razão serão tomadas medidas emergenciais de restrição da oferta para que possamos atravessar o atual período.

Diante das conclusões do relatório, Sinara Chenna Meirelles anunciou as seguintes medidas:
1-Disponibilizar no site da COPASA informações diárias sobre o nível dos reservatórios de abastecimento na RMBH.
2-Destacar 40 equipes de campo na RMBH com equipamentos para atuação nos vazamentos, uma das principais causas das perdas no sistema, reduzindo o tempo de ação para interrupção do vazamento que hoje, na média, é de 9 horas.
3-Implantar nova rotina para programação dos atendimentos de campo para realização de manutenções corretivas e preventivas.
4-Revisar os procedimentos de operação do sistema integrado visando minimizar os transtornos causados pela falta d´água em localidades da RMBH. Trata-se de rodízio no abastecimento a ser realizado com programação pré-definida.
5-Realizar Campanha Educativa com o principal objetivo de reduzir o consumo de água em pelo menos 30% na RMBH.
6- Intensificar a contratação de caminhões pipa e a perfuração de poços artesianos, nas regiões mais críticas também no restante do Estado para atendimentos emergenciais.
7-Envio à autoridade gestora de recursos hídricos do estado de solicitação de declaração de situação crítica de escassez de recursos hídricos
8-Atuar na adoção de outros mecanismos previstos legalmente, associados ao racionamento de água, inclusive mecanismos tarifários de contingência aprovados pela ARSAE, se for o caso.
9-Executar a captação de 5 m³/s no Rio Paraopeba para a Estação de Tratamento de Água do Rio Manso.
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