Produção mineira é selecionada
para o Festival Internacional de Curtas-Metragens
O curta “Difícil É Não Brincar” registra a infância em três distritos do interior de Minas Gerais em que a produção de minério é a principal atividade econômica. Dar voz às crianças é o principal objetivo do filme. “Meu desejo era torná-las protagonistas, narradoras e produtoras das sequências. A brincadeira foi o modo de obter isso de forma espontânea e criativa”, conta Papoula Bicalho, que concebeu e dirigiu o filme. “Quando as crianças brincam, liberam o seu imaginário e mostram de forma sensível os desejos, sonhos e pesadelos que as animam ou afligem. Você passa a ver a criança sem as máscaras impostas por certa cultura ou religião, pela família, por hábitos e costumes. Elas estão ali, inteiras, inventivas”.
O curta terá sua
estreia mundial no 31º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo,
que ocorre entre 20 e 30 de agosto deste ano, na Mostra Infanto-Juvenil.
Ambientado
nesse universo lúdico das brincadeiras da infância, o enredo traz à tona várias
nuances desta fase da vida e levanta questões pessoais e sociais que as
crianças enfrentam: as inseguranças, a adaptação a diferentes realidades das
comunidades, os sonhos que dividem espaço com incertezas do futuro e as
delícias de ser criança e poder, mesmo nas adversidades, inventar mundos
possíveis, brincando.
Participaram das
filmagens mais de 90 crianças de Miguel Burnier, Motta e Lobo Leite, distritos
dos municípios de Ouro Preto e Congonhas, Minas Gerais. Os pontos de partida
para a construção do enredo foram provocações e desafios que pudessem resultar
em brincadeiras e depoimentos significativos para desvendar anseios,
intimidações, prazeres e desejos que se apoderam dessas crianças no dia-a-dia.
“O narrador do filme é a ação delas em meio aos colegas, amigos e à paisagem
dos locais onde vivem”, explica Papoula Bicalho.
O filme contou com
direção de produção de Janice Miranda, apoio institucional do Museu de
Congonhas, parceria com a comunidade escolar dos distritos Miguel Burnier,
Motta e Lobo Leite, distritos dos municípios de Ouro Preto (MG) e Congonhas
(MG), realização da Luz Comunicação, com patrocínio da Gerdau.
Ficha técnica- Concepção, roteiro, direção, trilha, montagem: Papoula
Bicalho. Assistência de direção: Bruno Madeira, Zé Paulo Osório. Direção de
produção: Janice Miranda. Produção: Fabrício Kind, Nathália Rezende Santos,
Valdirene Andrade. Captação de imagem e som: Eliane Gouvêa, Papoula Bicalho,
Rodrigo Gouvêa, Zé Paulo Osório. Tratamento e masterização de som: André
Cabelo. Transporte: Edgard Magalhães, João Batista De Magalhães. Apoio
institucional: Museu de Congonhas. Realização: Luz Comunicação. Patrocínio:
Gerdau. Ano de realização: 2020.
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