Mulheres são minoria da Câmara Municipal
de Ouro Branco
Dos nove vereadores
eleitos em Ouro Branco, que deverão tomar posse em janeiro de 2021, apenas
duas cadeiras serão ocupadas por mulheres. Com os resultados das urnas do
domingo, dia 15 de novembro, pode-se dizer que ‘elas’ continuarão sendo minoria
no legislativo municipal por mais um ciclo de quatro anos. Abaixo, conheça um
pouco mais sobre as duas únicas vereadoras de Ouro Branco.
Vereadora
Nilma Aparecida Silva
O
Alto Paraopeba –
Qual o seu nome completo, idade, onde nasceu e partido?
Nilma
Aparecida Silva- Tenho
55 anos, sou de Piunhi, do Partido dos Trabalhadores.
O
Alto Paraopeba -
Conte um pouco de sua história? Você é filha de Ouro Branco? Quem são seus
pais?
Nilma
Aparecida Silva - Sou
filha adotiva de Ouro Branco, pois é a cidade que escolhi para criar meus
filhos, meu pai já falecido e minha mãe dona Terezinha acabou de se instalar
nesta maravilhosa cidade! Vim pra Ouro Branco aos 19 anos, fui comerciante ate
me inserir na política e começar a militar pelas causas sociais, em uma época
que o coronelismo ainda era muito latente na cidade, tivemos varias conquistas.
O
Alto Paraopeba -
Quantos mandatos de vereador você tem?
Nilma
Aparecida Silva - Estou
entrando para o 3° mandato.
O
Alto Paraopeba -
Qual sua escolaridade? Onde você trabalha? O seu trabalho na Câmara não vai
atrapalhar o seu trabalho atual?
Nilma
Aparecida Silva - Curso
superior em Direito, na Câmara de vereadores de Ouro Branco, eu me dedico 100%
ao mandato.
O Alto Paraopeba - Porque você se optou pela carreira política?
Nilma Aparecida Silva - Nasci política, sempre participei de
movimentos políticos, desde membro de associação de Pais e mestres e conselhos
ate assessoria de deputados, este é meu mundo.
O Alto Paraopeba - Como será seu posicionamento dentro da Câmara?
Nilma Aparecida Silva - Continuarei atuando com meus
princípios e convicções, o povo em primeiro lugar sempre!
O Alto Paraopeba - Quantos votos você teve? Qual o perfil do seu
eleitor?
Nilma Aparecida Silva - Tive 409 votos, amigos, pessoas que
acompanha realmente meu trabalho, que me dão dicas e - sugestões sobre demandas
diversas, da dona de casa que cuida dos filhos, do trabalhador braçal, da
professora, do estudante, dificilmente tenho votos de quem não me conhece
pessoalmente.
O Alto Paraopeba - Qual a sua mensagem para a população de Ouro Branco
Nilma Aparecida
Silva - Continuaremos trabalhando junto, meu gabinete está aberto a toda a
população, eu não trabalho apenas para eleitores e sim para todos do município
que escolhi amar.
Vereadora Valéria de Melo
Jornal O Alto Paraopeba - Qual o seu nome completo, idade, onde nasceu e partido?Valéria de Melo - Sou Valéria de Melo Nunes Lopes, casada com Leandro Nunes Lopes e mãe
da Luciana e da Carolina. Tenho 60 anos, sou natural de Pará de Minas e moramos
em Ouro Branco há quase 29 anos. Estou filiada ao Partido Democrático
Trabalhista, o PDT.
Jornal O Alto Paraopeba - Conte-nos um pouco de sua história.
Valéria de Melo - Sou a sexta filha, de um total de oito irmãos. Meus pais são Aníbal
de Melo (falecido há 4 anos) e Zélia Soares de Melo. Ele, fazendeiro, e ela,
professora primária. Após vários anos vivendo em fazendas, meus pais se mudaram
para Pará de Minas, onde nasci.
A luta diária e valores como a honestidade sempre foram uma constante em
nossas vidas. Minha mãe, muito religiosa, nos mostrou o poder da fé. Aprendi,
desde muito cedo, que precisamos conquistar o que queremos.
Meu pai também foi vereador e vice-prefeito em Pará de Minas. Assim,
crescemos rodeados de conversas políticas: primeiro, a política partidária e,
depois, a política ligada ao movimento cooperativista. As injustiças sociais
sempre nos incomodaram e nos motivaram a nos envolver nas mobilizações para
enfrentá-las.
Fui morar em Belo Horizonte para cursar arquitetura e depois, já casada,
moramos também em Porto Trombetas (PA), Aracajú (SE), Pará de Minas (MG) e Três
Lagoas (MS). Viemos morar em Ouro Branco em 1992, onde criamos raízes.
Compus a equipe máster de natação da AEA, esporte que ainda pratico. Me
envolvi em atividades da Paróquia Sagrada Família e participei do Movimento
Escoteiro de Ouro Branco e também de Três Lagoas, quando lá moramos.
Aqui, fui candidata a
vereadora pelo PT em 2000. Em 2004, saí candidata à prefeita pelo mesmo
partido, tendo o Pe. Rogério como candidato a vice-prefeito junto comigo. Após
pesquisas eleitorais, faltando um mês para as eleições (naquela época a
campanha durava três meses), invertemos a ordem da chapa, ficando o Pe. Rogério
(PT) como candidato a prefeito e eu como vice-prefeita. Assim, fomos eleitos
pela primeira vez e também reeleitos, com a mesma composição, em 2008. Nossos
mandatos foram de 2005 a 2012.
Na prefeitura, ocupei várias secretarias, dentre as quais destaco a
Secretaria de Planejamento, onde coordenei a elaboração do Plano Diretor
Participativo, que estabelece parâmetros urbanísticos e de desenvolvimento para
a cidade. Coordenei, também, a implantação do Orçamento Participativo,
instrumento que permitiu a realização de diversas obras importantes, indicadas
pela população, em um movimento de participação cidadã fantástico. Coordenei,
ainda, o maior programa de regularização fundiária da cidade, o Morar Legal,
que viabilizou a entrega de milhares de escrituras para os moradores.
Em 2016, fui candidata a
prefeita pelo PCdoB, tendo o Janílson Faria como candidato a vice. Ficamos em
terceiro lugar, com 3.272 votos, num pleito com nove candidaturas.
Jornal O Alto Paraopeba - Como você se sente sendo
vereadora pela primeira vez?
Valéria de Melo - Me sinto muito honrada em poder representar a nossa população junto
ao Legislativo Municipal. Sei, contudo, que será uma missão desafiadora. A
minha campanha propôs, dentre outros aspectos, buscar uma maior representação
feminina na Câmara Municipal. Sou a oitava mulher a ocupar uma cadeira no nosso
legislativo — uma representação feminina ainda muito pequena, que precisa ser
ampliada para que as nossas demandas também sejam ouvidas.
Jornal O Alto Paraopeba - Qual a sua escolaridade?
Onde você trabalha? O seu trabalho na Câmara não vai atrapalhar o seu trabalho
atual?
Aos dezoito anos, me mudei para Belo Horizonte, onde cursei, na Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG), o curso de arquitetura. Atuei, principalmente,
como profissional autônoma na elaboração de projetos residenciais, o que ainda faço, mesmo já aposentada. Em paralelo,
desenvolvi algumas atividades manuais remuneradas, como a encadernação
artesanal, o patchwork, o mosaico, a confecção de velas e a cerâmica. Minhas
funções legislativas passarão a ser minha prioridade, o que não me impede de
ainda seguir desenvolvendo minha arte.
Jornal O Alto Paraopeba - Porque você se optou pela carreira política?
Valéria de Melo Para mim, a atuação político-partidária não se configura como uma
possibilidade de carreira. Minha profissão é a arquitetura. Encaro a política
como um instrumento de transformação social e como missão, na luta por um mundo
mais justo, igualitário e inclusivo.
Jornal O Alto Paraopeba - Como será seu posicionamento dentro da Câmara?
Valéria de Melo Minhas propostas prioritárias de campanha foram à representação
feminina, a participação popular e a inclusão social, o que abarca várias
políticas públicas. Meu posicionamento
será embasado na transparência, na fiscalização responsável, na inclusão social
e no diálogo permanente — não só com a população, mas também com meus pares e o
Executivo.
Jornal O Alto Paraopeba - Quantos votos você teve? Qual
o perfil do seu eleitor?
Valéria de Melo Tive 835 votos assim distribuídos: 223 no Inconfidentes, 198 no
Pioneiros, 183 no Siderurgia, 90 no Centro, 52 no 1º de Maio, 33 no Luzia
Augusta, 17 no Metalúrgicos, 17 em Itatiaia, 13 no Belvedere, 08 nas demais
comunidades rurais e 1 no São Francisco. Acredito que grande parte dos meus
eleitores são pessoas que acompanharam meus mandatos como vice-prefeita e
confiam em meu trabalho.
Jornal O Alto Paraopeba - Qual a sua mensagem para a população de Ouro Branco?
Valéria de Melo Minha mensagem é de otimismo e de convite à participação. Vou trabalhar
muito para corresponder à responsabilidade que me foi confiada. Mas tem um
ditado popular que diz que “uma andorinha só não faz verão”. Espero poder
contar com meus pares, em especial o Warley, também eleito pelo PDT, com meus
eleitores e com toda a população no sentido de ousar propor mudanças e projetos
que favoreçam a coletividade do município de Ouro Branco, em especial aqueles
grupos em situação de maior vulnerabilidade social. Vamos juntas e juntos!