Governo vai rastrear leitos hospitalares em tempo real
Com o objetivo de monitorar e gerir internações
hospitalares de Minas Gerais neste momento de pandemia, o governo estadual
começa a rastrear, em tempo real, os leitos conveniados ao Sistema Único de
Saúde (SUS). Para isso, foi criado o Escritório de Gestão de Leitos, que fará
contato direto e diário com hospitais mineiros para conhecer a realidade desses
locais, principalmente onde a taxa de ocupação das unidades de terapia
intensiva (UTI) esteja acima de 90% e onde haja pacientes há mais de 20 dias
internados.
O escritório, deliberado pelo Comitê Extraordinário
Covid-19, é formado servidores de diversas áreas da Secretaria de Estado de
Saúde (SES-MG). A união desses profissionais é uma força-tarefa determinante
para que a realidade dos hospitais seja conhecida, compreendida e solucionada
por cada área competente. Os dados gerados pelo escritório serão base para que
o Poder Executivo estadual trace estratégias de atuação para esses locais no
enfrentamento da covid-19. “A atuação do escritório pode trazer mudanças na
avaliação do quantitativo da ocupação de leitos no estado, aumentando ainda
mais a transparência de dados”, afirma o secretário de Saúde de Minas Gerais do
governo Romeu Zema (NOVO),
Carlos Eduardo Amaral.
Alerta
Vermelho - Serão monitorados todos os hospitais com leitos de UTI conveniados ao
SUS, tanto as unidades públicas como as filantrópicas e particulares que tenham
leitos do SUS. O ponto de partida será a taxa de ocupação acima de 90% e pacientes
internados há mais de 20 dias.
“Esse é o nosso alerta vermelho para que possamos
entrar em contato com a pessoa que alimenta os dados no sistema SUSFácil e
também com o gestor do hospital. Quando entrarmos em contato com essas pessoas,
vamos rastrear junto com eles, por exemplo, se há pacientes que já tiveram alta
hospitalar e, por algum motivo, ainda consta no sistema a informação como leito
ocupado”, explica David Mello de Jesus, coordenador da Alta Complexidade da
Superintendência de Redes de Atenção à Saúde da SES-MG.
De acordo com ele, a intenção desse núcleo não tem
caráter punitivo para os hospitais, mas sim objetivo de refinar a qualidade das
informações prestadas e conhecer mais de perto a realidade atual. “Precisamos
mais do que nunca conhecer o cenário desses locais em tempo próximo ao real.
Vamos ver se a taxa de ocupação nas internações está elevada ou se houve algum
víeis técnico que contribuiu para a demora nas atualizações de dados sobre
leitos”, esclarece David Mello. Atualmente, os dados de entrada e saída de um
paciente internado em leitos do SUS são cadastrados no sistema do Governo de
Minas SUSFácil.
Soluções
- O escritório conta com 15 itens de competências para rastrear nos
hospitais, buscando informações sobre falta de equipamentos, testes para o
coronavírus, registros de óbitos causados pela doença, entre outros. “Com essa
busca, vamos conhecer os entraves assistenciais tanto dos hospitais como do
território”, afirma David Mello.
Constada a necessidade hospitalar em disponibilidade
de leitos, a equipe vai acionar setores da SES competentes para solucionar o
problema. “Caso haja, por exemplo, um estrangulamento na capacidade dessa
unidade de saúde, vamos remeter isso para a Subsecretaria de Regulamentação da
SES-MG para ajudar a desafogar o local”, esclarece David. Caso sejam
constatadas falhas no processo de informação sobre internações, a equipe vai
trabalhar junto com as unidades regionais para melhorar esse fluxo de
comunicação.